Uma nova visão de vida? Um olhar através de um espelho? A realidade não existe, é algo que temos a ilusão de estar ali, assim como o tempo e o espaço. Toda a criação resume-se à associação de uma energia muito forte com moléculas, elétrons e quarks associados, formando assim a matéria. O que há exatamente no núcleo de um elétron? Vácuo. E o que é o vácuo?! Nada. Ou seja, no seio de toda matéria, há exatamente NADA! Loucura? Pode parecer, mas é o que a Física moderna estuda, e uma linha de filosofia que proponho começarmos uma discussão exatamente agora: Ciência pura e exata, Deus, e Filosofia Plena. Um caminho para a salvação? Talvez. Mas o caminho para preenchermos quase todas as lacunas que nos assolam. Abro qui a pergunta primordial: Por que existe alguma coisa ao invés de nada?
A vida se decorre, mas para que lado? Em que sentido? Para onde vai todo o conhecimento que adquirimos no decorrer do tempo que temos?
Em que sentido, sabemos que uma árvore é uma árvore? Por que nos ensinaram isso. As moléculas não poderiam estar organizadas de outra maneira, a ponto de ser outra coisa, por exemplo uma pedra? E o que diferencia uma pedra de uma árvore? A formação molecular é praticamente a mesma, mas a organização muda. O que ou Quem estabelece essa organização para algo ser uma coisa, e não outra?
E porque o mundo o é tal como o conhecemos, e não de outra maneira? Poderia a Terra ter evoluído de outra maneira? Poderia o mundo caminhar por vários universos paralelos? Por exemplo, um gato numa caixa, fechada ermeticamente. Dispomos também dentro um vidro fechado de cianeto, sobre o qual pende um martelo, o qual pende por uma única molécula de material radioativo, que a qualquer momento pode desintegrar-se. Quando a molécula desintegra-se, o martelo cai, quebrando o vidro contendo cianeto e despejando o conteúdo no interior da caixa, matando assim o gato. Naturalmente, não sabemos quando essa molécula radioativa poderá desintegrar-se, consecutivamente não sabemos quando o martelo cairá, liberando o cianeto, e matando o gato. Do lado de fora da caixa, não sabemos o que acontece lá dentro. São dois universos distintos: o gato pode estar vivo, e o gato pode estar morto. Nosso conhecimento gira em torno dessas duas possibilidades, mas não sabemos o que acontece. Há essa possilidade de divisão? Creio que não, das duas possibilidades, uma: gato vivo ou gato morto. Porém não dois universos paralelos. Esse "poderia estar", refere-se ao "como estaria". Como o tempo e o espaço são somente uma aparência, não poderiam dividir-se em universos de aparências distintas. Isso mudaria certamente a organização do Universo tal como o conhecemos
O que há no outro lado de um reflexo, na água por exemplo? Um outro universo completo ou apenas o reflexo distorcido do que já conhecemos? Como tempo, espaço e realidade são meras sensações, creio que a resposta não seja difícil.
Felipe de Moraes 31 de janeiro de 2009 Registros fotográficos realizados em 30 de janeiro de 2009
Para iniciar o final de semana com uma reflexão mais profunda, estou postando um grafite que tem próximo à Estação Vila Madalena do metrô, na linha verde. Esse grafite fica numa grande escadaria que liga as ruas Paulistânia e Harmonia, já na esquina da Rua Harmonia. Todos os dias de segunda a sexta passo por ele, e sempre gosto de admirá-lo. Quero deirar a publicação aberta à discussões. Creio que assim seja mais conveniente, pois trocamos experiências de vida e interpretação das obras.
A primeira figura que segurou minha atenção e meu pensamento, foi de um menino de rua, negro, com uma auréola prateada, e a inscrição "Você sabe que eu existou?" Podemos apreender daí a temática em que se centraliza a obra. Será o garoto um anjo, um santo, ou o próprio Messias?! Sempre buscamos por Deus, mas nunca vimos o seu rosto. Temo estarmos buscando tesouros em lugares errados. Deus está nas entrelinhas e bem diante de nossos olhos. Ele está com a mão estendida, pedindo algo. Atenção, ou simplesmente sua indulgência!? Você sabe que Deus existe? Jesus disse certa vez: "Vós sois deuses". Somos a expressão clara de Deus, não pura e simplesmente sua imagem e semelhança, mas também sua essência mais profunda. Então, você sabe que Deus existe. Mas sabe que o menino de rua existe? Se confirmar uma sentença e não outra, estará anulando ambas.
Outra figura, que toma o centro da obra, é um garoto elegíaco, sob uma negra nuvem e céu fechado. Pele pálida, olhos extremamente profundos e tristes. Ele parece ser um garoto de uma classe social elevada, com uma boa casa, boa base monetária... mas será que, por exemplo os pais, sabem que ele existe?! Os tons de pele também entram em contraste, prolongando o senso de que esse esquecimento é bilateral.
Três figuras de um olho só, ressaltam-se maiores: "Eu não nasci pra sofrer!" Não seria o que as pessoas pensam quando tentam se colocar na mesma situação que as pessoas flageladas por algo, seja por fome ou melancolia? Elas olham, apenas com um olho, e com o mesmo olho, desviam a atenção. As bocas expressivas dizem, respectivamente: ahm, uhm e ih. Monossílabas inúteis e sem expressão alguma de ajuda.
Anjos no céu guardam, sem bocas para expressar, mas com olhos grandes que não perdem um detalhe sequer.
Já a última imagem: "Não, não vá embora..." e "Vou morrer de saudades". O Anjo guarda acima dela também.
Fotografia a Crítica: Felipe de Moraes Registros fotográficos de 20 de Janeiro de 2009
Hoje estou imensuravelmente feliz Acordei com a vida brilhando esplendorosamente diante de meus olhos, e mesmo com o céu cinza, o vejo azul.
Algo assim entre o imaginário e o real absoluto. Entre a terra do nunca e minha vida, entende?
Como se só me restasse esse dia de vida.
Como se o céu estivesse no lugar somente hoje, como se o ar entrasse pela primeira vez em meus pulmões, e me fizesse sentir o frescor da vida em toda a sua essência.
Descobri pássaros e flores a cantarem, árvores a balançarem com o vento, o som das águas cantando melodias.
O sorriso em rostos que amo, em pessoas pelas quais dou, sem pensar, minha vida. E outras pelas quais quero dar.
Descobri pessoas que amo, e porque as amo. Porque também as amo cada vez mais, e porque elas me fazem voar sem sair do chão.
Descori que o filho do Homem veio sim, se tornou tudo e nada ao mesmo tempo, nos conheceu a todos em nossas diversas faces.
E somente depois se foi.
Descobri que o sol brilha claro e quente, com o calor sereno de uma tarde, com raios entre as copas das árvores.
Senti o mundo parar para me deixar passar. Senti a vida correr e parar, ao mesmo tempo. Senti a loucura do trânsito, e a calma de flanar num jardim.
Vi meu cabelo em meu rosto, deixei bagunçado mesmo. Apenas coloquei os dedos entre as mechas.
Vi pinturas de Monet ganharem vida, ouvi Vivaldi, Cher e escrevi sobre a experiência. Vi a grandiosidade que temos ao alcance e não aproveitamos.
Uma explosão de vida, de ser humano, em erupção, de ter a vida em minha vida.
Vejo uma pele macia, um sorriso de criança. Olhos que buscam os meus, palavras que buscam as minhas, Algo assim entre o eu e o encontro.
Algo assim entre o beijo e a distância, ou como beijos através de um smile no MSN. Ou como a despedida sem ter encontrado.
Posso sentir algo acontecendo. Posso sentir a vida fluir, posso tudo.
No segmento Arte, como primeira postagem farei de um meio que sempre me fascina. A Arte Tumular ou Arte Cemiterial. Tenho inúmeros registros fotográficos que fiz no Cemitério da Consolação, mas há dois sábados, resolvi visitar o Cemitério Araçá com uma câmera. O dia estava de chuva forte e constante, as alamedas estavam alagadas, tudo excessivamente molhado, minha câmera digital se passando por aquática, minha calça ensopada, não havia levado um casaco e o tempo esfriava gradativamente. Eu estava com uma amiga, a Paula Portinari, que tinha um guarda chuva todo escuncumbelhado, mas foi o que nos cobriu no momento de necessidade. Fizemos registros fotográficos fantásticos, mas trago nesta postagem três obras que realmente chamaram minha atenção nos poucos 20 minutos (devido à chuva) que passamos no interior da necrópole.
Agora, deleitem-se!
A primeira é uma escultura em bronze fundido. Trata-se de uma imagem que passa um penar imenso. O que mais me chama atenção nela é o véu recobrindo o rosto e a cabeça, representando a tristeza que se abate. Num braço, flores grandes, e a outra mão livre. Reparem que a flor da mão direita parece estar se soltando da escultura, como se a mão realmente a tivesse soltado sobre a campa. Em todos os registros fotográficos vocês observam essa leveza da flor, como se já estivesse livre da mão da escultura e se tornasse uma coisa só. A flor é algo extremamente belo e ao mesmo tempo efêmero. A vida se solta levemente da melancolia, para se tornar livre, mesmo que necessite passar a outra forma para isso. Os braços são nus, e a roupa muito leve, que revela cada detalhe do corpo. Ao mesmo tempo em que passa uma leveza imensa, a melancolia que se ressalta a torna pesada como chumbo. Vida leve, porém com o penar da perda. Na parte traseira da escultura passa-nos uma imagem completamente santificada, assemelhando-se a mantos e véus usados na antiguidade.
A segunda é em mármore. Trata-se de um anjo. Sou muito suspeito para falar sobre a figuração dos anjos, pois os adoro. São criaturas fantásticas, sempre leves anunciadores de algo. Neste caso, ele vem anunciar que não há mais nada aqui. Que o que havia já transcendeu. Ele está pousado, de pé, levemente sobre uma nuvem, entre o céu e a terra, com uma aparente flor na mão. (atentem aos detalhes técnicos de escultura na mão). As penas, a face muito serena e leve. Como deve ser, não distinguimos o sexo, pois anjos não o têm. Os aparentes seios, são bem discretos, quase masculinos. Mas não tanto a ponto de deixarem de ser femininos. A leve coroa sobre a testa completa a harmonia que há no rosto, sereno e contemplativo. Sem dor, sem penar, sem melancolia ou tristeza. Apenas contemplando a situação, com muita espiritualidade e energia.
A terceira também é em mármore. Trata-se de uma imagem que vi de longe, e a mim pareceu estar pairando no ar, entre as copas das árvores. A princípio foi assutador, mas me acostumei. Trata-se de uma figura feminina, de idade avançada, em roupas da década de 20 ou 30. Que fica no alto (a uns 4 metros do chão), sobre um pilar em uma campa. A figura observa, apenas. Não exprime nada, não faz nada. Só fica ali, parada, com o olhar absorto, pés paralelos. Mas é exatamente isso que me chama a atenção. Esse “dolce far niente”. O que se faz diante da morte?! Não há nada para fazer! Nada, a não ser olhar e esperar. Esperar para viver, ou para morrer. Por uma absolvição? Talvez. A técnica de escultura é precisa. A face reflete todos os sinais da passagem do tempo. A posição das mãos também são serenas. Direita sobre esquerda: razão sobre emoção.
Sugiro aos curiosos por este estilo de arte ou aos que desejarem uma degustação mais apurada, visitem os cemitérios. Ainda retornarei lá para mais registros exclusivos e uma exploração mais detalhada das alamedas. Me aguardem com próximas publicações relativas ao assunto.
Sou a vida e a morte. Não o princípio nem o fim, mas o intermediário entre eles. Sou o amor e a fúria. Sou o artista admirador incondicional da vida. Poeta da música e da arte, pianista da vida, artista das palavras. Incondicionalmente: me conheça, só assim para saber QUEM sou.