quarta-feira, 1 de abril de 2009

Interlúdio: Matéria Através da Energia / Limites e Fronteiras Calculáveis

Depois do texto Surgimento, Expansão e Tamanho do Universo, devo fazer uma postagem intermediária e esclarecedora de pontos que abordarei nos dois textos seguintes, e que delineará claramente minhas intenções com esses estudos científicos. Num primeiro texto, abordarei o surgimento da matéria através do “espírito”, o que prefiro conceituar como “energia”, e introduzir o conceito do Metarrealismo. No segundo texto desta postagem, abordarei os limites calculados pelo físico alemão Max Planck, o que será de suma importância nos textos que seguirão.


A Surgimento da Matéria através da Energia (ou Espírito)

Energia no Espaço

Chegou o momento de abrir novas vias através do saber profundo. O momento de buscar, para além das aparências mecanicistas da ciência, o traço quase metafísico de alguma coisa diferente, ao mesmo tempo próxima e estranha, poderosa e misteriosa, científica e inexplicável. Algo como Deus, talvez.

Observando mais de perto a história das idéias, veremos caminharem lado a lado, por vezes chocando-se duramente, duas correntes adversárias, dois campos conceituais opostos: o espiritualismo e o materialismo. Segundo o protocolo espiritualista, o real é uma idéia pura. Portanto, não tem, no sentido estrito, qualquer substrato material. Só podemos ter como garantia a existência de nossos pensamentos e de nossas percepções. A leitura materialista do real impõe uma posição rigorosamente inversa, onde o espírito, o âmbito do pensamento, não passa de epifenômeno da matéria, fora da qual nada existe.

Nota: Metarrealismo é o que apaga as fronteiras entre espírito e matéria.

Em dado momento da história do universo, a energia tornou-se matéria. Tomemos um espaço vazio, ou melhor, tomemos o conceito de vácuo puro, e inserimos nele energia suficiente para gerar matéria. Isto acarretará uma flutuação quântica, de onde nasceriam as primeiras partículas, os quarks se associam formando elétrons e prótons. A energia residual ao longo de suas flutuações de estado, no meio desse vácuo, pode converter-se em matéria. Então, literalmente, essas novas partículas surgirão exatamente do nada. A isso chamaremos de vácuo quântico, onde partículas se criam e se desintegram num tempo extremamente breve, inconcebível na escala humana.
Limites e Fronteiras Calculáveis


O primeiro ato de um pensamento metalógico, o mais decisivo, consistirá em admitir que existem limites físicos ao conhecimento. Uma rede de fronteiras progressivamente identificáveis, freqüentemente calculadas, fronteiras absolutamente inultrapassáveis que cercam a realidade. Um caso particular significativo de uma tal barreira física foi posto em evidência, em dezembro de 1900, pelo físico alemão Max Planck. Trata-se do “quantum de ação”, mais conhecido como “constante de Planck”. Extremamente pequena, seu valor é de 6,625 x 11-34 joule-segundo, o que representa a menor quantidade de energia existente em nosso mundo físico.


Detenhamo-nos um instante neste fato, ao mesmo tempo fonte de mistério e de deslumbramento: a menor ação mecânica concebível. Eis-nos face a uma barreira dimensional. A constante de Planck marca o limite da divisibilidade da radiação e, conseqüentemente, o limite extremo de toda divisibilidade.

A existência de um marco inferior no domínio da ação física introduz, naturalmente, outras fronteiras absolutas no Universo perceptível. Esbarraremos, entre outras coisas, num comprimento limite, chamado “comprimento de Planck”, que representa o menor intervalo possível entre dois objetos separados. Do mesmo modo, o “tempo de Planck” designa a menor unidade de tempo possível.

Isso nos coloca questões perturbadoras: por que existem essas fronteiras? Por que elas aparecem sob essa forma tão precisa e, mais ainda, calculável? Quem, ou o que, decidiu sobre sua existência e seu valor? E enfim: o que existe além?”

Nota: As descobertas mais recentes da nova física se encontram com a intuição metafísica. A realidade não é cognoscível. É velada e está destinada a permanecer assim.



Felipe de Moraes
Concluído em 26 de março de 2009
Baseado nos pensamentos do livro Deus e a Ciência
Jean Guitton, Irmãos Bogdanov
Editora Nova Fronteira

3 comentários:

  1. Descobertas que parecem do além, coisas estranhas , ou sei lá... apenas coisas que não aouvimos todos os dias ...mas agora que eu quero abrir minha, vou procurar vim sempre aqui descobrir e redescobrir..
    ACHEI ESSE BLOG UM TRABALHO SUPER INTERESSANTE.

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  2. Muito obrigado pela atenção, Pamella. É sempre um deleite ter leitores como você, curiosos a sempre descobrir mais. Isso me ajuda em meu trabalho. Este blog anda umm tanto abandonado, mas estou trabalhando novamente em textos para publicação, com o mesmo teor de loucura realista, ou realidade velada, ou apenas loucura. Afinal, são os loucos que levam o mundo para frente. Os normais, são apenas meros expectadores. Forte abraço, e oubrigado pelas visitas!

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  3. Gostei muuuito do seu blog, é bom saber que nesse mundo no qual vivemos hoje, tão imediatista e consumista ainda exista pessoas que se interessam em expandir suas mentes...
    Pois sem filosofar a vida, viverão na superfície. Não perceberão que a existencia, são como raios solares que despontam solenemente na mais bela aurora, e se despendem fatalmente ao acaso...
    obs: viva os loucos!!

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