terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bach e a Criação do Universo


Hoje vim para o trabalho ouvindo a magnífica Cantata BWV207a de Bach (a qual ainda pretendo postar aqui no blog), e, como sempre, me vieram infinitos pensamentos filosóficos à mente. Um deles é:
Se quiser contemplar todo o mistério das criações de Deus, contemple a música de Bach. Bach é um entre os mais dignos representantes de Deus que já passou pela face da Terra.

Bach não somente compõe música, mas também lapida estrelas e organiza constelações que brilharão para todo o sempre.

A música de Bach é transcendental. Explica toda a existência do Universo, sua criação, sua força expansiva, a força que o move. O equilíbrio das notas, sonoridades, intensidades e expressividade e comparável com a simetria que o Universo tinha em seu princípio. Sua vibração é a mesma vibração de uma nova vida no ventre materno. A essência de toda criação, da criação da música como expressão, da criação de uma força trascendental presente entre nós. A música de Bach nos faz entrar em contato direto com essa força, sem escalas ou interferências, sem precedentes em qualquer outra situação.


Johann Sebastian Bach

Bach eleva nossos olhos à Deus, e a Glorificação à esse que sua música passa, é de total concordância e merecimento. É capaz de fazer o mais cético ateu a aceitar essa força geradora como único caminho para tudo.


O segundo pensamento, que percebo a cada dia mais, é que a
música é minha forma de salvação, o caminho para a salvação de minha alma.

São duas forças intrínsecas: minha vida, e as melodias que me transportam para junto de Deus. Ninguém conhece a força e os mistérios de Deus tão bem como aqueles que penetram na música e em seus mistérios, que transformam sons em melodias, moldando áureas de sonoridades e vibração. Só conhecemos os mistérios de Deus os vivenciando. A música permite isso. Reflexão, compenetração, estudo de si mesmo e de sua própria alma, e de como esse poder oculto e ao mesmo tempo escancaradamente presente, nos leva a crer em uma força estupendamente maior e em caminhos traçados e guiados por essa força.

Num estranho momento, tive a luz que precisava. Achava que a música era ligada a Deus. Errei completamente. A música é o próprio Deus. E Deus é a música dispersa no ar, o silêncio em movimento. Assim como o Universo, das galáxias e estrelas ao ínfimo núcleo de um elétron. Assim como o homem. Não somos imagens e semelhança de Deus. Somos a própria expressão Dele.


Felipe de Moraes
03 de fevereiro de 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário